Monday, January 17, 2005

da vinci e o código

eu adorei "o código da vinci", de dan brown. sim, é um best seller, com linguagem pop e apelo à polêmica da vida de cristo e de leonardo. mas mata as saudades de quem um dia se divertiu com as aventuras de indiana jones. eu fui mais uma que não dormia para continuar lendo a aventura de langdon, simbologista que protagoniza a série de livros.

sim, por que a partir daí eu quis ler outros mais. e veio a decepção. "anjos e demônios", que antecede o código, tem exatamente a mesma estrutura do hit mundial. o cara está dormindo e é acordado no meio da noite porque houve um assassinato. a vítima tem símbolos no corpo e uma mulher inteligente e bonita vai ajudá-lo.

a culpa da morte é de alguma "confraria" fabulosa (iluminatis / opus dei) que, a partir de uma trama bem conspiratória, mostra suas garras contra outra instituição (vaticano / priorato de sião). o assassino é um reles subalterno que prega total adoração ao seu culto e ao cara que o contratou. pessoa que obviamente ele nunca viu, nem sabe o nome.

pronto. agora você também pode escrever a próxima aventura de langdon. só não me peça para ler.

Thursday, January 13, 2005

teatro

sempre apoiei aquela campanha "vá ao teatro - mas não me chame". até que ano passado surgiu a oportunidade de fazer um curso 0800 de fotografia de peças na casa da gávea (obrigado eletrobrás) com o silvio pozzato. foi bem divertido.

minha opinião mudou um pouco, mas a maioria das comédias realmente me aterrorizam. é difícil ter senso de humor apurado e ainda hoje tem gente que repete fórmulas do tipo "a praça é nossa" sem nenhum pudor.

um aspecto que sempre me incomodou foi ter que sempre me levantar para aplaudir de pé. é que poucas merecem e fazer uma coisa por tradição apenas, é bem chato. é como no bizz de um show. sou a favor de tocar tudo e terminar. tenho total pavor de "por que parou? parou por que?" e "mais um, mais um, mais um".

um segundo ponto é a necessidade de peças de atores/diretores novos, sem muita teoria, baterem na tecla da metalingüagem. e fazem piadas internas, recontam exercícios de teatro e xingam pela miléssima vez a bárbara heliodora ou a crítica.

foi mal, mas eu adoro crítica. menos do mpc, que é mais crápula que ela. acho que rejeitar críticas pode ser sintoma de artista ruim que não quer se ligar na dica. ou não. "vareia".

minha última reclamação, pra encerrar, é sobre essas peça mudernas que ficam vagando de um lado para o outro. depois de um dia inteiro de trabalho, nada melhor do que ficar quietinha, relaxando. mas não, fica uma andança louca em cenários que nem fazem tanta diferença assim. fazer o quê.

por isso que cinema é a maior diversão, seja em telona ou em dvd.

Tuesday, January 11, 2005

frase do dia - em que finalmente choveu

“A vida é uma doença sexualmente transmissível, que tem cem por cento de taxa de mortalidade”
R. D. Laing

bbb5

democracia é algo que não existe. até mesmo no big brother, um programa que preza pelo politicamente correto e pelo senso comum nacional. ao lado de belas mulheres, muitas que eu já imagino se estarão daqui a alguns meses na capa da playboy, vip ou da sexy, um time de homens horríveis.

além de dificultar a pegação, o que daria maior ibope ao programa, este desequilíbrio ainda prejudica a contratação de algum desses rapazes para a capa de alguma publicação gay. a galera já é chiliquenta, nada acontece nunca, as provas competitivas são patéticas e ainda tem os gritinhos de uhu. não obtante só tem monstrengo? no way. menos uma telespectadora.

em 2002, eu fui pra sampa com o marcus ver a bienal de arte. na volta, além de uma turbulência feroz,uma big brother recém saída da casa (aquela que tinha bulemia e era meio histérico-grossila). muito engraçado o povo a assediando. e por motivos contratuais, ela só podia viajar com uma bolsa com o logo do bbb enorme.

vergonha alheia também é isso.

Sunday, January 09, 2005

pay attention please

um amigo meu foi comprar uma bravo e resolveu pegar um dvd erótico. na pressa, ele não prestou muito atenção na capa, cheia de gostosas. o problema é que as meninas vinham com surpresa, como um kinder ovo. esse povo que não lê, e só se preocupa com o visual, deixa passar textos como o do tal filminho que logo dava a dica: bonecas.

em homenagem a sua gafe, vou lembrar um dos meus textos mais lidos de todos os tempos (e reproduzidos sem minha autorização pela web, felizmente com créditos sempre), o link para ele, feito em uma época que eu ainda nem fotografava (2001). enjoy. travestis na atlântica: bonecas de luxo.

fotos para ver no microscópio







meu sobrinho de dois anos anuncia em pleno almoção de domingo na churrascaria: "quero fazer xixi". eu chamo a progenitora e ele insiste "eu quero ir com você". olho de novo para a mãe, explicando que eu nunca levei crianças ao banheiro, que não tenho noção dos procedimentos e ela deixa na minha mão: "ele sabe o que tem que fazer".

beleza. entramos no recinto, ele começa a brincar com o rolo de papel higiênico e eu pergunto "e aí rapaz?". ele diz que está quase saindo (pq não disse antes?) e em um golpe fulminante, eu abaixo a calça do rapazola e ele começa a urinar... tá bom, criancinha não urina, faz xixi.

ele acaba o xixi e pergunto "e agora, o que vc faz?". ele dá uma sacudidela muito da safada que não fez diferença nenhuma na limpeza do pingulim. aí, como eu sou uma menina, faço o mais óbvio (no meu caso). pego um pedaço de papel higiênico e dou uma secadinha na ponta. e pronto.

esse negócio de só balançar e tá pronto é pura imposição da sociedade. o briguelo sempre vai continuar a ponta mijada. e como tia domi preza pelo bem do mundo, a primeira coisa didática que eu fiz, foi chamar a atenção dele para um ítem fundamental para o futuro dele em relação ao sexo oposto: "vamos levantar a tampa da privada!".

fizemos bolinhas de sabão nas pia (um dos meus talentos, além de falar muito) e depois voltamos pra mesa. cinco minutos depois ele volta querendo fazer cocô. comigo. mas aí eu liguei o foda-se e entreguei pra mãe. vamos com calma. pra não me traumatizar.

Friday, January 07, 2005

amiguinhos de domigirl

resistro
depois de um ano, o cara lembrou que tinha um blog. escreveu e me mandou um e-mail contando. fui lá conhecer. resistro. aquele carinha do meio da multidão que está sempre de olho na gente.

dona mariana
novata em nerdices como blogs, mari mostra a vida em tons de verde. a vida na loucura do mundo e a loucura do mundo institucional. para ler de tailleur ou havaianas.

odisséia banal
doc francis, filósofo, advogado, jogador de sinuca e ex-bandit, continua mostrando todo seu talento, humor e sarcasmo em crônicas diárias. uma viagem dentro do mundinho totalmente comum e absolutamente formidável deste cara sensacional.

Wednesday, January 05, 2005

Totalmente produzida em tamanho natural, a partir de massinha não tóxica, domigirl tem quatro modelos diferentes para você se divertir.

>>>Domi Bandit:
Saia jeans abaixo do joelho, camisa e casaco colorido do esquemageral, uma gangue de amigos e uma quantidade alarmante de eventos, ela vai preencher sua agendinha medíocre!

>>>Domi Copacabana:
toda de roupinha bonita e óculos quadradinho, ela é a boneca redatora, fotógrafa, produtora e gerente financeira que vai levar humor para o seu trabalho!

>>>Domi Dee-Lee:
Modelo mais elaborado da série, vem com um Lee Lee para acompanhar. Juntos, eles vão formar um casal simpático e feliz que vai conquistar você com as idéias mais mirabolantes do mundo! Trilha sonora: audio-party-system (tocado por eles).

>>>Domi Jornalista:
equipada com um lap top, câmera digital emprestada, e gravador muderno, ela vai cobrir seus eventos com humor e qualidade.

Compre já a sua!!!

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"oh, como vai ser engraçado
quando me virem aqui,
através do espelho
e não puderem me alcançar"

lewis caroll

barrinha de tortinha de morango

pragas, monstros e afins

ontem tive uma aula sobre as 10 pragas do egito. recapitulando:

1- as águas do nilo se transformaram em sangue
2- invasão dos sapos
3- invasão dos piolhos
4- bandos de animais selvagens perambulando por todo o país
5- peste fatal que matou a maioria dos animais domésticos dos egípcios
6- epidemia de úlceras
7- chuva de saraiva
8- invasão dos gafanhotos
9- trevas cobrem o egito
10-morte dos primogênitos

não sei a data em que se supõe que tudo isso aconteceu, mas pensei que uma forma de confirmar o fato como algo pelo menos lendário no lugar. queria descobrir se existe alguma alusão às pragas na arte egípcia.

riquíssima e cheia de conceitos lógicos, ela sempre serviu para guarantir a eternidade de seus faraós e ainda de tabela, contar suas histórias. lógico que não seria meu rabino que iria responder isso, mas foi uma idéia que me agradou.

enquanto as pragas do egito só duravam uma semana, deus mostra toda a sua fúria contra os brasileiros há séculos com pragas que passam de geração a geração. nos últimos anos, depois de acumularem milhas e receberem o cartão praga golden plus, os moradores do rio de janeiro ainda ganharam como bônus o "casal praga", que, para evitar o contato, até moisés se recusa a voltar pra abrir o mar e tirar a gente daqui.

Sunday, January 02, 2005

o ministério da saúde adverte: altos índices de testosterona no ar

mundo masculino. esparsas invasões femininas, pra quem não gosta de rosa e um dia pintou a parede de azul.

bulkool diz "just one of the guys", mas no domingo, no meio de blusas, a única menina. pra variar. sem quórum nem para fazer uma mesa de amigo oculto.

as três analisadas fotógrafas reclamam do peso da câmera e, nesta profissão masculina tudo pode acontecer. desde um tiro de paintball no braço, até um bêbado se jogando em cima das lentes e dos meus quatro olhos em meio a um casamento.

quando aquela bolinha laranja me atingiu, para alegria da arquibancada adolescente que gritava "mata a câmera", eu achei que meu braço estava se esvaindo em sangue e eu não conseguia ver por causa da tinta. laranja. como a atento. como a copacabana. temático. conceitual.

mas depois eu vi que um belo gráfico roxo em curvas e bordas tinha se instalado, como marcas de violência doméstica de novelas da televisão. era meu troféu, meu brinde e minha lembrança de que se trata de um mundo masculino. que eu só vejo e registro, sem participar exatamente da ação pois seria muito perigoso, veja só.

na festa foi diferente. o champagne era liberado. e eu tinha que tirar umas 300 fotos. já estava acabando, mas as pessoas estavam bêbadas, pulavam no palco. hahahaha. e era o guilas no baixo. o cara tava no jô soares tocando com o lenine na noite anterior e encarava o country club embecado.

é preciso ter uma agilidade em eventos. ainda mais quando se trata de fotografar os amigos, na pista de dança. aí um desses filhinhos de papai que nunca foi em um show de rock de verdade na vida tentou um pseudo mosh ou apenas a sensação de descer rápido, se lançando sem nexo do palco em cima do meu óculos e a câmera e um pontinho roxo bem pequenininho que sobreviveu ao gelo.

e eu chorei abraçada, comi um creme brulée e fui embora. antes que ficasse perigoso demais.

creatina parte 2

Depois de faltar na quinta e na sexta por falta de tempo e total destruição dos meus pobres músculos, hoje eu bravamente voltei à academia. Desculpem-me, mas eu acho realmente fraco começar um texto com “depois”, porém hoje vai ter que ser assim. Tenho consciência que é um vício de linguagem meu, mas faz sentido, pois todas as coisas sobre as quais eu escrevo vêm depois de outras, mas whatever...

Eu estava feliz e sorridente no transport, um aparelho de ficção científica e física que é como se fosse um esqui parado. As pernas deslizam para frente e para trás e continuamos no mesmo lugar. Serve para a bunda, perna de trás e batata da perna. É agradável, mas dói alguma parte do meu joelho esquerdo, e não me perguntem porquê. Na frente dos aparelhos aeróbicos, ficam três televisões enormes, cada delas uma ligada em um canal. Todas sem som, afinal, “música de academia”, essa coisa de gosto duvidoso, é uma exigência nestes estranhos lugares. Aí quando o professor super simpático (pra quem não leu o primeiro texto, todos são sempre simpáticos) veio tirar minha pulsação com um aparelho ultra moderno, eu tive a idéia genial de comentar com ele:

- Nossa, que engraçado, né? Em uma TV está passando Show da Xuxa e na outra David Lynch (era Muholland Drive)!
Aí ele olhou pra minha cara, prestativo como sempre e mandou:
“- Se você quiser eu posso mudar de canal”.
E eu:
- A Xuxa?
Só que então ele não respondeu mais. E pra se vingar ainda da minha afronta contra a Rainha dos Baixinhos ainda voltou mais três vezes para ver meus batimentos cardíacos que eram 138, como o número do meu prédio. Pois é. Lynch não deve estar fazendo sucesso por essas bandas, apesar de suas belas atrizes.

Porém, o dia que eu conheci (em termos) a sala de spinning, foi ainda mais bizarro. Estava com o "barquinho", que trabalha comigo, fazendo esteira. Ele acabou e foi pra tal aula (ele faz dois spinnings seguidos). Aí eu resolvi passar lá para dar um tchau, afinal ele é meu amigo...

Sala de Spinning. É de se imaginar bicicletas e tal, gatinhas saradas e professores suados gritando. Quando eu abro a porta e olho para dentro, vem a surpresa. Está tudo escuro, iluminado apenas por uma luz negra, a música está nas alturas, como em uma rave, enquanto o professor gesticula e as pessoas pedalam todas juntas, como escravos remando em um navio negreiro. Fiquei tão em pânico que fechei a porta e fui embora.

Mas, mudando de assunto, eu fiz um versinho, pra ser cantado em ritmo de funk: “Academia Velox, toda mulher quer, 200 real pra deixara bunda em pé!

capítulo l - gênesis

Sou aquele tipo de pessoa que quando chega nas vésperas do ano novo faz uma listinha com seus desejos, projetos e viagens pessoais, com a esperança de doze meses depois atingir a graça de ter conquistado algumas daquelas linhas. Aí eu marco o que eu consegui e parte vai pra listinha nova, enquanto o resto se esvai no ostracismo. As coisas perdem interesse. Também tenho o hábito de anotar o nome de todos os livros que leio por ano, hábito que completou uma década agora, mas que no momento nem vem ao caso.

O que eu tenho aprendido a cada ano é que sim, é possível se disciplinar e conquistar o que aparentemente era impossível. Não que exista uma fórmula mágica ou que aquele desejo de “que tudo se realize no ano que vai nascer” tenha alguma ação direta nos meus atos. Talvez a idade e a vergonha na cara avancem velozmente. Sei lá, o que importa é que novembro se mostrou o mês ideal para um plano muito peculiar, nunca dantes navegado.

Sem esperar a troca de agendas, resolvi finalmente voltar a fazer ginástica. Ou mesmo começar, porque no fundo eu nunca, olhe que absurdo!, eu nunca fiz atividade física regularmente. E como os anos, os quilinhos a mais pesam e quando a tal médica foi medir minhas dobrinhas com aparelhos ultra modernos, blá blá blá, eu me vi com um percentual de gordura nocivo.

Não que eu não queira voltar a entrar em roupas que há muito foram abandonadas. Mas, vencer este meu bloqueio com academias e seus freqüentadores esquisitos, professores simpáticos demais ou que falam coisas de fora da minha galáxia, a obsessão em seu a mais gostosa do mundo ou o mais sarado, sem contar a música, a música é um capítulo inteiro à parte.

Mais uma vez eu tentei. Academia linda, moderna, bacana, jóia. Tão moderna, que além de pedir minha senha, na roleta de entrada eu digito o número da minha matrícula e coloco um dedinho no visor pra confirmar minha impressão digital. Não, ainda não consigo acessar à internet, fazer transferência de valores, nem posso sacar dinheiro na roleta de entrada, mas eles pretendem isso para breve.

Aí eu subi na esteira. Lógico que a velocidade que eu estava era ridícula para o sorridente professor uniformizado que me atendeu. Mas, tolerante com o meu primeiro dia, resolveu permitir esta minha displicência. Aí começa a tocar um drum and bass bem tolinho, uma base bem básica sem trocadilho. Aí uma mulher começa a cantar a elaborada letra: “música feliz, pra ficar feliz, como estou feliz, música feliz, pra ficar feliz”...

Aí comecei a pensar e repetir aquele mantra sarcástico e andar, andar e andar. Sim, música feliz. É para estar feliz. Eu estou fazendo esteira feliz. Obviamente ouvindo uma música feliz, pra ficar feliz. Mesmo com sorriso amarelo, pra ficar feliz. E assim foi meu primeiro dia do meu longo caminho de Santiago de Compostela das esteiras. E foi só o início. Pra ficar feliz.

alou som

testando, testando.