capítulo l - gênesis
Sou aquele tipo de pessoa que quando chega nas vésperas do ano novo faz uma listinha com seus desejos, projetos e viagens pessoais, com a esperança de doze meses depois atingir a graça de ter conquistado algumas daquelas linhas. Aí eu marco o que eu consegui e parte vai pra listinha nova, enquanto o resto se esvai no ostracismo. As coisas perdem interesse. Também tenho o hábito de anotar o nome de todos os livros que leio por ano, hábito que completou uma década agora, mas que no momento nem vem ao caso.
O que eu tenho aprendido a cada ano é que sim, é possível se disciplinar e conquistar o que aparentemente era impossível. Não que exista uma fórmula mágica ou que aquele desejo de “que tudo se realize no ano que vai nascer” tenha alguma ação direta nos meus atos. Talvez a idade e a vergonha na cara avancem velozmente. Sei lá, o que importa é que novembro se mostrou o mês ideal para um plano muito peculiar, nunca dantes navegado.
Sem esperar a troca de agendas, resolvi finalmente voltar a fazer ginástica. Ou mesmo começar, porque no fundo eu nunca, olhe que absurdo!, eu nunca fiz atividade física regularmente. E como os anos, os quilinhos a mais pesam e quando a tal médica foi medir minhas dobrinhas com aparelhos ultra modernos, blá blá blá, eu me vi com um percentual de gordura nocivo.
Não que eu não queira voltar a entrar em roupas que há muito foram abandonadas. Mas, vencer este meu bloqueio com academias e seus freqüentadores esquisitos, professores simpáticos demais ou que falam coisas de fora da minha galáxia, a obsessão em seu a mais gostosa do mundo ou o mais sarado, sem contar a música, a música é um capítulo inteiro à parte.
Mais uma vez eu tentei. Academia linda, moderna, bacana, jóia. Tão moderna, que além de pedir minha senha, na roleta de entrada eu digito o número da minha matrícula e coloco um dedinho no visor pra confirmar minha impressão digital. Não, ainda não consigo acessar à internet, fazer transferência de valores, nem posso sacar dinheiro na roleta de entrada, mas eles pretendem isso para breve.
Aí eu subi na esteira. Lógico que a velocidade que eu estava era ridícula para o sorridente professor uniformizado que me atendeu. Mas, tolerante com o meu primeiro dia, resolveu permitir esta minha displicência. Aí começa a tocar um drum and bass bem tolinho, uma base bem básica sem trocadilho. Aí uma mulher começa a cantar a elaborada letra: “música feliz, pra ficar feliz, como estou feliz, música feliz, pra ficar feliz”...
Aí comecei a pensar e repetir aquele mantra sarcástico e andar, andar e andar. Sim, música feliz. É para estar feliz. Eu estou fazendo esteira feliz. Obviamente ouvindo uma música feliz, pra ficar feliz. Mesmo com sorriso amarelo, pra ficar feliz. E assim foi meu primeiro dia do meu longo caminho de Santiago de Compostela das esteiras. E foi só o início. Pra ficar feliz.
O que eu tenho aprendido a cada ano é que sim, é possível se disciplinar e conquistar o que aparentemente era impossível. Não que exista uma fórmula mágica ou que aquele desejo de “que tudo se realize no ano que vai nascer” tenha alguma ação direta nos meus atos. Talvez a idade e a vergonha na cara avancem velozmente. Sei lá, o que importa é que novembro se mostrou o mês ideal para um plano muito peculiar, nunca dantes navegado.
Sem esperar a troca de agendas, resolvi finalmente voltar a fazer ginástica. Ou mesmo começar, porque no fundo eu nunca, olhe que absurdo!, eu nunca fiz atividade física regularmente. E como os anos, os quilinhos a mais pesam e quando a tal médica foi medir minhas dobrinhas com aparelhos ultra modernos, blá blá blá, eu me vi com um percentual de gordura nocivo.
Não que eu não queira voltar a entrar em roupas que há muito foram abandonadas. Mas, vencer este meu bloqueio com academias e seus freqüentadores esquisitos, professores simpáticos demais ou que falam coisas de fora da minha galáxia, a obsessão em seu a mais gostosa do mundo ou o mais sarado, sem contar a música, a música é um capítulo inteiro à parte.
Mais uma vez eu tentei. Academia linda, moderna, bacana, jóia. Tão moderna, que além de pedir minha senha, na roleta de entrada eu digito o número da minha matrícula e coloco um dedinho no visor pra confirmar minha impressão digital. Não, ainda não consigo acessar à internet, fazer transferência de valores, nem posso sacar dinheiro na roleta de entrada, mas eles pretendem isso para breve.
Aí eu subi na esteira. Lógico que a velocidade que eu estava era ridícula para o sorridente professor uniformizado que me atendeu. Mas, tolerante com o meu primeiro dia, resolveu permitir esta minha displicência. Aí começa a tocar um drum and bass bem tolinho, uma base bem básica sem trocadilho. Aí uma mulher começa a cantar a elaborada letra: “música feliz, pra ficar feliz, como estou feliz, música feliz, pra ficar feliz”...
Aí comecei a pensar e repetir aquele mantra sarcástico e andar, andar e andar. Sim, música feliz. É para estar feliz. Eu estou fazendo esteira feliz. Obviamente ouvindo uma música feliz, pra ficar feliz. Mesmo com sorriso amarelo, pra ficar feliz. E assim foi meu primeiro dia do meu longo caminho de Santiago de Compostela das esteiras. E foi só o início. Pra ficar feliz.
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