Saturday, March 05, 2005

Aí tio, toca rock?

Quem disse que criança só gosta de música infantil, baladinhas e "coisinhas fofas"? Em uma época de esportes radicais, saúde e muita atitude, valores propagados pela mídia, um diretor de cinema teve uma idéia genial para mostrar a nova cara deste público infantil.

Para apavorar (e maravilhar) pais acostumados com meninas de rosa e garotinhos de azul, Richard Linklater dirigiu a rebelde comédia Escola do Rock (School of Rock, 2003, EUA). O longa-metragem conta a história de um músico (interpretado pelo hilário Jack Black) que mente sua identidade para trabalhar como professor em um colégio tradicional. Seus alunos, que têm por volta de 10 anos de idade, logo percebem que o cara não sabe nada. Nada? Ele sabe tudo. Tudo de rock.

Então, com a matemática e a geografia de lado, ele ensina toda a história do estilo musical, seu ídolos, suas dinâmicas e ainda monta uma banda com a criançada. Cada um recebe uma função, que vai desde o idolatrado guitarrista, passando pelos rodies (os “carregadores” de equipamento) chegando até às groupies (fãs).

Os resultados? Pais revoltados que acabam surpreendidos pelo talento da molecada que, de “ordinary children”, eles passam a ser músicos. E mais do que isso: artistas cheios de estilo e charme. Até o grande prêmio das bandas (adultas) da cidade, eles levam.

Para os produtores, o filme rendeu, além de uma bela bilheteria, uma indicação ao Globo de Ouro, na categoria de Melhor Ator - Comédia/Musical (Jack Black); uma indicação ao Grammy, na categoria de Melhor Trilha Sonora – Filme; além de ter levado o MTV Movie Awards de Melhor Comediante e ter sido indicado na categoria de Melhor Equipe (Jack Black e banda).

Mas a nova cara do público infantil não se limita ao cinema americano. Sabe quem foram os artistas escolhidos para a festa da premiação anual do canal de desenhos Nicklodeon ao lado de Sandy e Júnior, as meninas do Rouge e o galã mirim Felipe Dylon? As bandas de rock CPM22, os Detonautas, a roqueira Pitty e Marcelo D2, que além do samba, já balançou ao som das guitarras do Planet Hemp.

Pois é. O rock não só está vivo, como está nos ouvindo dos antigos “baixinhos”, que cada vez mais cedo vão rejeitar os velhos estereótipos. Ser criança hoje em dia é viver em alta velocidade, com o bom e velho rock and roll como trilha sonora. Os pais que preparem seus ouvidos, pois essa história ainda vai fazer muito barulho por aí! Oh, yesssssssssss!

por: dominique valansi

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